sábado, 28 de janeiro de 2012

Capitulo 16 Privilégios de São José (Mística Cidade de Deus) Tomo 3

Idade de Maria ao morrer São José



São José, o mais feliz dos homens, viveu sessenta anos e alguns dias. Aos trinta e três desposou Maria Santíssima e em sua companhia viveu pouco mais de vinte sete. Quando o Santo morreu a grande Senhora contava quarenta e um anos e meio. Aos catorze desposou-se com São José, acrescentando-se os vinte sete anos que viveram juntos, somam quarenta e um, mais o prazo de 8 de setembro até a feliz morte de Santo Esposo.
Nesta idade continuava a Rainha do Céu, na mesma perfeição natural  que atingiu aos trinta e três anos. Não envelheceu, nem perdeu nada daquele perfeitíssimo estado que expliquei no capitulo 13 deste livro.
Experimentou, porém natural sentimento pela morte de São José, pois amava como esposo como Santo tão excelente na perfeição e como seu amparo e benfeitor. Esta Dor da prudentíssima Senhora foi bem ordenada e perfeita, mais nem por isto foi pequena. Seu Amor era grande, principalmente porque conhecia o grau de Santidade de seu Esposo, colocado entre os maiores santos escritos no livro da vida e na mente do Altíssimo. Se o que ama não se perde sem dor de se perder o que Ama.
As Excelências de São José
Não pertence a finalidade desta História escrever, de propósito, as excelências da Santidade de São José. Tampouco tenho ordem para isso a não de ser de passagem, o quanto basta para mais realçar a dignidade de sua Esposa e Nossa Rainha, a cujos merecimentos, depois dos de seu Filho Santíssimo, devem-se atribuir os dons e graças concedido pelo Altíssimo ao glorioso Patriarca.
Mesmo que a Senhora não tenha a causa meritória da Santidade de seu Esposo, foi pelo menos o fim imediato para o qual essa Santidade era ordenada. O cúmulo de virtudes e graças que o Senhor comunicou a São José, tinha finalidade de o tornar digno Esposo e guarda daquela que Ele escolhera por Mãe. Por esta regra e pelo amor e apreço que Deus teve por sua Mãe Santíssima, deve-se medir a Santidade de São José. Penso que se no mundo existisse outro homem mais perfeito e de melhores qualidades, o Senhor tê-lo ia dado por esposo á sua Mãe. Já deu que lhe foi o patriarca São José é porque fora de qualquer dúvida, era o melhor que havia na terra.
Tendo criado e preparado para tão elevada missão, é certo que seu poder o tornaria idôneo e proporcionado a ela. Esta proporção, segundo entendemos na luz Divina, deveria consistir nas virtudes, Dons, Graças, e Inclinações Infusas e Naturais.
São José Milagre da Santidade
Entre este grande Patriarca e os demais Santos noto a diferença a respeito dos dons com que foram agraciados. A muitos Santos foram concedidos favores e privilégios que não visavam diretamente á sua Santidade Pessoal, mas lhes eram dados para outros fins a serviço do Altíssimo na pessoa do próximo. Eram dons ou graças grátis datas, remotas á Santidade.
Em nosso Abençoado Patriarca, porém, todos os dons visavam o crescimento de suas Virtudes e Santidade, pois o ministério para o qual se destinavam era expressar sua Santidade e suas obras. Sendo mais Santo e Angélico, era mais idôneo para Esposo de Maria Santíssima e depositório do tesouro e Sacramento do Céu. Devia ser um milagre de Santidade como realmente foi.
Este prodígio começou com a formação de seu corpo no ventre Materno. Deus teve por particular providência, e foi composto com proporcionados humores, excelentes qualidades, compleição e temperamento. Foi terra abençoada que mereceu uma boa alma (Sab 8,19) e retidão de inclinações.
Aos sete meses de sua concepção foi santificado no ventre de sua Mãe foi lhe atado o fomes pecati para o resto da vida, e jamais sentiu movimento impuro ou desordenado. Nesta primeira santificação não lhe foi dado à razão, mas só foi justificado do pecado original. Sua mãe, todavia, sentiu particular alegria do Espirito Santo, e mesmo sem entender todo o mistério, fez grandes graças atos de virtudes e julgou que seu filho seria admirável aos de Deus e dos homens.    

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