terça-feira, 8 de maio de 2012

BEATA RITA AMADA DE JESUS



Nasceu em cinco de março de 1848, na aldeia portuguesa de Ribafeita diocese de Viseu, filha de abastados e bons católicos.
Um episódio assustador, ocorrido apenas cinco dias após seu nascimento, deixa entrever quando o poder infernal pressentia o prejuízo que essa menina causaria, com sua santa vida, á obra o mal. Estando deitada com ela, sua mãe viu apagar-se de modo inexplicável a vela do quarto e notou que “alguém” mexia na roupa de cama, puxando sua filhinha para um lado. Ela puxou em sentido contrário e pediu socorro, dizendo que o demônio queria levar sua filhinha. Acorreu prontamente sua tia, cuja entrada fez cessar a maléfica ação do misterioso personagem. Logo em seguida, desatou-se uma tempestade tão furiosa que parecia levar pelos ares todas as telhas da casa. E no mesmo instante. Rita foi atingida por uma estranha doença, obrigando seus pais apressar a hora do batismo, receosos que ela falecesse a qualquer momento. Ela, porém recuperou-se e começou seus primeiros passos de vida.

RICA EM VIRTUDES E EM QUALIDADES HUMANA
Nesse piedoso lar fazia leitura espiritual e rezava-se o Rosário toda noite. Assim bem cedo começou a ter devoção a Jesus Sacramentado, a Nossa Senhora e a São José, além de um ter carinho pelo papa da época Pio 9. Ouvindo a narração da vida dos santos, queria imitá-los em suas mortificações. Naquele coração infantil abraçavam-se a oração e o desejo da penitência  de ser “como as freiras do convento”.
Crescia assim a pequena Rita, rica em qualidades humanas e, mais ainda em virtudes e piedade. Com o correr do tempo, foi revelando um temperamento ativo e prático, a serviço de completar 18 anos, andava de aldeia em aldeia reunindo os habitantes na pequena igreja local. Ensinava-lhes o catecismo e a rezar o ROSÁRIO e procurava a conduzir ao bom caminho as pessoas de vida dissoluta. Muitas vezes, conseguia que sua mãe acolhesse no lar paterno uma ou outra infeliz moça decaída, com o objetivo de facilitar-lhe a mudança de vida. Causa admiração ver como, anda tão jovem correspondia já com ardor importante missão para a qual Deus chamava: acolher e amparar moças em estado de degradação ou de risco moral.

DEFESA DA CASTIDADE
Dois episódios narrados em sua autobiografia dão eloquente testemunho da caridade e da energia dessa donzela que em situações de perigo, recorria á Mãe Castíssima e obtinha prontamente forças superiores á frágil natureza feminina.
Em certa ocasião narra ela em seu estilo lusitano- Andava eu apanhar maçãs e já ia anoitecendo. De repente, senti meus braços fortes de um homem que me seguravam pelas costas. Chamei por Nossa Senhora que me desse forças para vencer aquele demônio, e no mesmo instante, Ela me deu tanta força que deixei quase morto e nunca mais ele voltou a ter saúde. Ainda tive escrúpulos por deixá-lo naquele estado. Mas eu antes queria morrer que perder a virtude angélica.
Noutra oportunidade, andava ela com uma moça sua amiga. Quando, por uma circunstância qualquer, estava um pouco distante uma da outra Rita ouviu sua companheira gritar, pedindo socorro. Correu logo e viu que um individuo tinha agarrado com os piores intuitos, e outro, armado de revólver, vinha atrás dela demonstrando as mesmas más intenções.
Arrancando uma estaca de uma vinha prostrou pelo chão quase sem vida o depravado que assediava sua amiga, depois enfrentou as pedradas o outro até este se decidir a fugir sem fazer uso da arma que tinha na mão.

VOCAÇÃO E CARISMA
Desde muito cedo a jovem Rita sentia apelo da vocação a uma inteiramente consagrada a Deus. Porém, nessa época a situação em Portugal era de forte oposição á Igreja. O governo anticlerical tinha se apoderado dos bens eclesiásticos, fechado todas as casas religiosas masculinas, e proibindo admissão de qualquer noviças nas casas femininas.
Viu-se ela, portanto forçada a continuar no mundo. Fazia Comunhão Reparadora, crescia no fervor Eucarístico, na Devoção ao Sagrado Coração de Jesus e no forte desejo de salvar almas, e procurava ser cada vez mais missionária e apóstola. Recusou peremptoriamente as vantajosas propostas de casamento que lhe foram feitas, pois já era religiosa no seu intimo.
Mas somente aos 29 anos ingressou ela na Congregação das Irmãs da Caridade, no Porto, única instituição religiosa que, pelo fato de ser estrangeiro e se dedicar á assistência social, era então permitida no país. Entretanto, o carisma dessa congregação Francesa não a satisfaz. Ela desejava educar meninas e moças pobres e abandonadas, com vistas a preservá-las ou convertê-las, e não apenas a lhe dar assistências material.

FUNDA O INSTITUTO JESUS, MARIA, JOSÉ.
Procurando dar os primeiros passos nesse sentido, algumas contrariedades e não poucas dúvidas levaram-na a se fazer a pergunta que surge todos os fundadores: qual a vontade de Deus?
A resposta não tardou a vir. Andava pela região, pedindo esmolas para suas obras de caridade, e alojou- se numa casa onde residia um menino de cinco anos, cego e mudo de nascimento. Ela própria relata o acontecido: “ Pedi a Deus Nosso Senhor que se a fundação da obra fosse do agrado DELE permitisse que aquele menino tivesse vista e fala. Assim eu conheceria melhor sua Santíssima vontade. Depois de vir embora, uma pessoa veio contar-me que o menino já via e falava. Após isto, Deus Nosso Senhor deu-me tanto fervor nessa obra que já se me punha diante de contradição nenhuma.
Lançou-se assim com a decisão á obra querida pela Providência e em pouco tempo a ela se uniram diversas companheiras animadas pelo mesmo ideal. Os primeiros tempos oram recheados de grandes dificuldades, chegando por vezes à falta-lhes até alimento de cada dia.
Ajudada por suas irmãs de vocação, Rita começou a pedir contribuições para fundar um colégio. Seus esforços foram coroados com êxito. No dia 24 de setembro de 1880, fundou em Guimiei, Portugal, o primeiro colégio, no qual acolheu cerca de 50 meninas, algumas internas, outras externas. Foi este marco inicial da grande obra: O instituto Jesus, Maria, José. A fundadora tinha 32 anos.

EXPANSÃO EM MEIO ÁS DIFICULDADES
O Clima politico em Portugal continuava muito desfavorável á Igreja. As autoridades civis impunham toda sorte de restrições e de empecilhos á ação das instituições religiosas. Da mesma forma como ocorreria quase 40 anos em Fátima, a Madre Rita foi constrangida a comparecer perante ao administrador, o qual lhe fez uma áspera arenga, dizendo, em resumo, o seguinte este município não tem necessidade alguma de missionários, seria melhor vocês irem para a África o que vocês estão fazendo é obra dos padres os quais metem essas idéias na cabeça
A madre respondeu com desassombro que essas idéias lhe tinham sido inspirada por Deus e, portanto, nem “ quantos homens há no mundo e quantos há demônio no inferno”  seriam capazes de tirá-las.
A vista dessa fé inabalável o administrador desistiu... por essa vez. Várias outras tentativas como essa foram feitas, com o objetivo de intimidar e levar ao desânimo Rita e suas irmãs de congregação. Todas, porém, resultaram igualmente inúteis.
Ajudadas pela Divina Providência em pouco tempo elas estenderam para outras dioceses sua benéfica ação apostólica. Nas cidades de viseu, lamego e guarda as autoridades municipais procuraram por todos os meios obrigar a Madre Rita encerrar a obra. A esses obstáculos vieram somar-se incomodas dificuldades econômicas e, pior ainda, problemas internos criados por suas religiosas. Nada disso, porém, impedia o Instituto de continuar expandindo-se rapidamente. Em maio de 1902, ele recebeu á aprovação pontifícia.

EXTINTO EM PORTUGAL RENASCE NO BRASIL
Esse promissor progresso foi interrompido em 1910 por uma nova revolução em Portugal. O governo recém-instalados desencadeou feroz perseguição contra a Igreja, ordenou o fechamento de todas as casas religiosas e apoderou dos bens do Instituto.
No meio da borrasca, Madre Rita agiu com sua costumeira energia e clarividência. Refugiou-se em Ribafeita, sua terra natal, onde conseguiu reagrupar numa humilde casa várias das irmãs dispersas. Dali, com ajuda do Bispo Manuel Damasceno da Costa conseguiu enviar algumas delas para o Brasil. Com isso, pôde garantir a continuidade do Instituto cuja fundação e crescimento lhe haviam custado tantos sacrifícios.
Á medida que ia reunindo suas filhas, a santa fundadora se enviava para o Brasil. Assim, pode se dizer que o Instituto Jesus, Maria, José, extinto brutamente em Portugal, renasceu no Brasil, onde hoje conta algumas dezenas de casas espalhadas por vários estados deste imenso território. Aqui suas filhas espirituais encontraram campo propicio para fazer o bem segundo o carisma próprio de sua congregação.
Em 1935 o Instituto pode ser reaberto em Portugal.

GLORIFICAÇÃO NO CÉU E, AGORA, NA TERRA.
Esse novo surto do progresso de sua obra, Madre Rita não o viu nesta terra. Depois de uma breve enfermidade, ela expirou a 6 de Janeiro de 1913, num casebre emprestado por benfeitores, confortada pelos últimos sacramento da Igreja e ancorada na certeza de, pela infinita misericórdia de Deus, colher o prêmio eterno a que tanto havia ansiado.
 Com uma frase ela encerra toda a sua vida “Tudo acaba neste mundo, apenas a eternidade não acaba”.


BEATA RITA AMADA DE JESUS ROGAI POR NÓS 

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